Copie esse link no seu navegador e vá direito para o Vende-se Cadeiras: http://vendesecadeiras.blogspot.com.br/
Esse blog não esta sendo mais atualizado!
VISITE ESSE NOVO ENDEREÇO:

Fanfic Solstício - Capitulo 5 (2ª parte)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010



Capitulo 5 - Tarde demais...


Pouco a pouco, eu fui me acalmando. A agitação e as lembranças que antes me mortificavam já não me afetavam mais. Minhas mãos já não suavam e minha respiração fluía tranqüila. A natureza providenciou um ambiente perfeito para que eu colocasse minha cabeça de volta no lugar. Aquela foi a noite mais longa da minha vida e, muito provavelmente, a mais decisiva também. Precisei de muito tempo para entender que nosso amor era inevitável, um plano superior a todo o meu entendimento, e parar de me crucificar por causa de sonhos sem fundamento. Foram apenas sonhos, nunca passaram disso. Ela era a mais especial das mulheres e, no plano real, eu preservaria a sua virtude até o último momento. O Jacob dos sonhos não era eu, mais uma outra pessoa que eu abominaria pelo resto de minha vida. Eu não podia negar, claro, que alguns aspectos dos sonhos me agradavam {Ora, eu era humano, não uma rocha!}, mas o fato de eu antes não ter a clareza sobre meus sentimentos os tornavam irrelevantes.

O galo cantou, me trazendo de volta ao planeta terra. Olhei no relógio de cabeceira: 5:00 am. É, eu havia batido um record pessoal. Foi a primeira vez que eu passei uma noite toda em claro, na forma humana. Como lobo, já havia passado várias. Mas eu não podia desconsiderar alguns benefícios extras da transformação, exemplo: Mais resistência. Quando eu passava muito tempo como lobo e me transformava de volta em humano, geralmente um cansaço severo me abatia. Mas agora, apesar de não ter dormido, eu me sentia completamente regenerado, como se tivesse acordado após mil noites de descanso. Eu era um novo Jacob. Mais forte, mais decidido, mais... apaixonado.
Ainda estava muito cedo, ninguém havia acordado ainda. Olhei para o canto do quarto e vi meu violão escorado na parede. Eu mesmo havia entalhado a madeira há uns anos atrás, quando vi um modelo em uma revista na casa dos Cullen. Emmett duvidou quando eu disse que faria um igualzinho e minha satisfação foi total quando lhe mostrei o instrumento pronto, dois dias depois. Eu adorava tocar para Renesmee, quando ela ia se deitar. Minha princesinha dormia ao som de canções Quileutes que Billy costumava tocar para mim, quando pequeno.
Engatinhei na cama e o alcancei, fazendo as cordas produzirem um som com o contato das minhas mãos. Tentei me recordar da música preferida dela. Já fazia muito tempo desde a última vez em que a toquei. Nessie também adorava quando tocávamos juntos. Ela me acompanhava maravilhosamente em seu violino Stradivarius, que ganhou de Alice quando completou três anos. Era uma musicista inata, tão talentosa que com certeza deveria ser um prodígio musical. Edward insistia em que ela tocasse piano como ele, mas ela se afeiçoou as cordas do violino tão logo seus dedinhos aprenderam a pressioná-las corretamente. Vez ou outra, nós três fazíamos um pequeno recital para os não-musicistas da família. Bons tempos...
Fiquei tocando baixinho por algum tempo. Um pouco mais tarde, Rachel abriu a porta do meu quarto, com uma cara amassada de sono:

– Que bom que você já melhorou... Mas não precisava me acordar com essa musiquinha melancólica, poxa! – ela protestou em meio a um longo bocejo, depois foi na direção da cozinha para preparar o café, esquecendo a porta aberta ao sair. Incrível como ela tinha conseguido escutar os acordes através da parede. Acho que ela não gostava muito da época em que papai tocava essa canção, porque fazia com que ela se lembrasse da mamãe.

Larguei o instrumento na cama e fui atrás dela. Estava me roendo de curiosidade sobre como terminou o aniversário.

– Rachel, er... – eu a alcancei ainda no corredor. Ela se virou para mim, já prevendo minhas intenções

– A festa foi ótima, Jacob! TODOS perguntaram por você! Você é tão mal educado às vezes... Que vergonha, nem parece que é meu irmão!

Eu abaixei a cabeça, arrependido. Ela não se deu por satisfeita.

– Papai e eu tivemos que inventar um monte de desculpas esfarrapadas por conta desse seu mau gênio!

– Me desculpe Rachel! É que eu estava meio...

– É, eu sei, transloucado como sempre – ela revirou os olhos e continuou seu trajeto até o outro cômodo – Qual é o seu problema afinal, hein?!

Ela estava visivelmente de mau humor, então resolvi não insistir. As garotas têm dessas coisas às vezes, a gente tem que ser compreensivo... Me atirei no sofá de má vontade. Teria de perguntar a Billy ou a Paul, e essas opções não me deixavam muito entusiasmado... Mas precisava saber se eles tiveram notícias de Nessie, se ela em algum ponto chegou a voltar para a festa. Queria ter certeza de que ela estava melhor, mas não teria coragem de ir averiguar pessoalmente. Credo, eu era tão covarde que me dava até raiva!
Não demorou muito e Paul adentrou esbaforido pela porta, acenando de volta para os garotos lá fora antes de fechá-la. Ele me deu um “bom dia” apressado e correu até Rachel, agarrando-a pelas costas. Ela quase derrubou a frigideira de bacon com o susto. Reclamou com ele por tê-la suspendido daquele jeito, mas ele se desculpou com um beijo e ela se rendeu. “Está perdoado!” ela disse, quando teve a oportunidade de recuperar o fôlego outra vez.
Observá-los me fez sentir um estranho movimento no estômago, como borboletas batendo asas. Era incrível como ela parecia se iluminar por completo quando ele se aproximava. Parecia outra pessoa, tão meiga e carinhosa...
Ele foi se sentar à mesa, enquanto ela se voltou novamente para o fogão. Paul não conseguia desviar os olhos dela um segundo sequer, de queixo sobre as mãos, como um bobo apaixonado. Num dado momento, eu pude perceber que ela sorria, sentindo que estava sendo observada por ele. Aquela cena costumava me incomodar antes, mas agora eu sentia uma estranha... satisfação em ver como os dois se amavam tanto. Como aquilo não poderia ser genuíno?!
Billy acordou quando o café já estava pronto. Ele nos encontrou na mesa, a sua espera. O primeiro olhar que deu foi para mim e seu desapontamento era evidente. Como Rachel, ele não ficou muito satisfeito em ter que encobrir meus atos impensados com desculpas esfarrapadas. Deu um suspiro, como quem diz “não vale a pena discutir”, e posicionou a cadeira de rodas próxima ao móvel.
Começamos a comer. Só o que se escutava era o barulho dos talheres batendo na louça, a faca cortando o pão, o café sendo colocado na xícara, o bule chiando do fogão... uma sinfonia do desconforto. Aquilo estava começando a me incomodar, então aproveitei a oportunidade para dar início ao assunto que me interessava.

– Então, Paul – eu comecei, sem levantar os olhos do pires – o que você achou da festa?!

– Cara – ele falou de boca cheia, a ponto de se engasgar com o entusiasmo – essa festa foi o máximo! Se o cheiro não fosse tão ruim, teria sido ainda melhor! E aquele carro, hein?! Que máquina! Aquela garota tem muita sorte, eu morreria por um daqueles...

Ele não ia mais parar de tagarelar sobre o carro. Eu esperei um pouco, então o interrompi:

– E como foi o final da festa?! Eu não pude ficar, mas estou muito curioso...

– É mesmo, você sumiu de repente... O que foi que aconteceu mesmo com você?! Ah, deixa pra lá! O fim da festa foi normal, todos se despediram, a comida acabou, os convidados cumprimentaram a aniversariante...

– Ela voltou para a festa então?! – eu o cortei bruscamente. Ele fez cara de confuso

– Óbvio Jake, a festa era dela! Ela tinha que estar lá para receber os cumprimentos das pessoas... Nem todo mundo é igual a você!

Ela voltou para a festa...
Isso devia significar que ela ficou bem outra vez. O alívio me fez dar um suspiro e relaxar no banco. Ninguém entendeu minha reação.

– Você é estranho, Jacob Black! – Paul disse, balançando a cabeça

Eu nem liguei, estava muito satisfeito com a notícia. O que mais me preocupava até ali era o fato de que ela teria ficado machucada com o que aconteceu. Se ela voltou, então não ficou sofrendo como eu temia. Tinha que ter certeza.

– Como ela estava?! Estava alegre? Cansada?! Abatida?! E seus olhos?! Eles estavam inxad...

– Ela estava bem, Jacob! – meu pai interrompeu, impaciente, dando um tapa na mesa. Todos nos assustamos – O que quer que você tenha feito com ela não a impediu de estar presente. Ela é um poço de educação, diferente de certas pessoas...

Meu pai odiava rodeios. Era o tipo de pessoa que se inflamava pela dor dos outros, principalmente quando eu era o suposto agente causador dessa dor. Para ele, estava claro que alguma coisa eu tinha feito contra Nessie, por mais que ela não houvesse aparentado nada. Ele conhecia a minha natureza. Mas dessa vez estava errado... Talvez, se ele fosse capaz de entender o que eu estava passando, até se orgulhasse da minha atitude de ontem a noite. Eu me irritei contra sua desconfiança. Isso era tão típico... Meu erro foi ter esperado outra reação dele! Arrastei a cadeira e me levantei bruscamente, virando as costas para os três. “Tomara que ele tenha percebido minha raiva!” eu pensei, enquanto me dirigia de volta ao quarto. Bati a porta violentamente, uma atitude infantil que quase a destruiu.
Andei de um lado para o outro, descontrolado, um turbilhão de imagens vindo na memória outra vez. Minhas mãos tremiam convulsivamente e meus olhos pareciam querer saltar das órbitas. Me debrucei sobre a cômoda, com os braços envolvendo a cabeça na tentativa de bloquear as lembranças.

– Foco, Jake! Mantenha o foco! – disse a mim mesmo, pondo o peso do corpo sobre o móvel, que rangeu – Você agiu bem! Ela estava confusa... Você não se aproveitou de nada... Pare de se culpar! Billy não sabe o que diz... Ele não entende como é difícil...

Esses dias foram dias em que minhas emoções oscilaram muito. Eu já havia superado isso ao longo dos anos, mas, por alguma razão, agora eu não conseguia evitar. Precisei empregar muito esforço para relaxar os músculos outra vez. O espelho na minha frente ficou embaçado por causa da minha respiração irregular. Inspirei fundo uma última vez e quando soltei o ar, já estava melhor. O corpo parou de tremer.

– Bom garoto!

Fui me sentar no parapeito da janela. O céu já se preparava para uma nova tempestade, com nuvens escuras por todos os lados e um vento gelado soprando. Aquele clima me impacientou. Eu precisava, de alguma maneira, ver Renesmee. Conversar com ela, pra mostrar que estava tudo bem. Conhecia seu modo de pensar {pelo menos costumava conhecer} e sabia que ela ainda devia estar remoendo aquela cena na mente assim como eu, por mais que, exteriormente, ela estivesse bem. Ninguém seria capaz de esquecer com tanta facilidade algo como o que aconteceu entre nós. Não podia deixar que ela mortificasse os sentimentos que a levaram a agir daquela maneira tão extrema. Se ela me amava, eu a amava também {muito mais até}. Era então meu dever agora dar o próximo passo!
Procurei pelo quarto um sinal do meu celular. Estava em baixo das roupas atiradas no chão. Corri até ele, digitando o número do chalé. Aguardei na linha, mas ninguém me atendeu do outro lado. Desliguei. Coloquei o aparelho na cama e caminhei em círculos novamente, porém agora eu só tentava me decidir sobre o que fazer. Eles estavam na mansão como de costume, eu pensei. Mas será que aquela era a melhor maneira de tratar desse assunto? Por telefone?! Era melhor que eu fosse lá, com tempestade e tudo.
Um relâmpago estourou, me fazendo voltar ao plano inicial.

– Eu vou ligar, mas somente para avisar que vou passar lá mais tarde. Não vou falar nada a respeito... Não vou nem sequer pedir para falar com ela, se outra pessoa atender... – falei sozinho. Eu estava começando a virar meu melhor amigo. Peguei o celular novamente e busquei na agenda o número. Disquei.

Chamou uma, duas, três, quatro vezes...

– Alô! – uma voz de mulher me atendeu, mas não era Nessie. Era a voz seca de Rosalie. Tive vontade de desligar e ligar de novo, mas não fiz isso. Ela insistiu impaciente do outro lado e eu respondi afoito.

– Alô Rosalie, sou eu... Jacob!

Ela permaneceu muda por uns segundos, depois seu tom ficou ríspido.

– Aham, o que você quer?!

– Eu estou ligando para... – engoli em seco – para avisar que vou passar aí mais tarde!

– Pra quê?! – sua pergunta foi incomum. Como “pra quê” ?!

– Preciso conversar com Nessie. Ontem eu sai meio apressado, não pude me despedir. Tenho muitas coisas pra dizer pra ela – respondi educadamente. Por que eu estava dando satisfação a Rosalie?

Suas palavras a seguir foram terminais:

– Eu lamento lhe informar que isso será impossível! Renesmee, Edward e Bella foram embora. Eles deixaram Forks ontem a noite, depois da festa!

...

{Alice} – Rosalie, me dê esse telefone ... Jacob?! ... Alô?! ... Alô?!

...

0 comente

Postar um comentário

Não tem conta no google ou algo do tipo?!
Não tem problema pode comenta de qualquer jeito.

PS: Caso tenha algum nome ou palavra errada no blog nos avise por favor. Afinal errar é humano.

Muito obrigada pela visita e pelo comentario. Você sem duvida é muito importante pra gente.

Related Posts with Thumbnails