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Fanfic Solstício - Capitulo 5 (1ª parte)

sábado, 7 de agosto de 2010



Capitulo 5 - Tarde demais...

– O que será que aconteceu com ele?!

– Eu não sei... Quando cheguei, já estava caído no chão, inconsciente...

– Onde está Renesmee afinal?!

– Alice, dá pra parar de me fazer tantas perguntas?! Eu não sou o vidente aqui!

– Ele está tão pálido... deve estar exausto, o coitadinho!

– Pode ser Esme, mas é mais provável que seja por outros motivos também...

– Edward, ele está respirando?!

– Está meu amor, não se preocupe, Carlisle já está trazendo o álcool e o algodão.

Um cheiro horrível penetrou minhas narinas, queimando minhas alucinações enquanto eu ainda escutava burburinhos distantes em minha cabeça. Meus olhos ardiam muito quando eu, finalmente, os abri. Estava, por algum motivo, deitado no sofá da sala, Carlisle me examinando com os olhos a uma proximidade desconfortável. Gemi.

– Ele está bem! Foi só um susto, não é garotão?! – ele disse aos outros, me dando um tapinha leve no ombro, ainda dormente.

Não me importei em entender como tinha ido parar ali. Fiz menção de me levantar, mas fui barrado por suas mãos cautelosas.

– Wow, calma aí Jake, vá devagar! Você desmaiou, precisa ter paciência. O mundo pode girar um pouco ao seu redor – ele riu de minha afobação.

Mas não tinha como o mundo ao meu redor girar mais do que já estava... Parecia mais que ele havia sido atingido por um meteoro, que se espatifou na crosta, dando inicio a uma destruição desenfreada que vinha a toda na minha direção, fazendo tudo tremer. Não havia escapatória. O chão começava a se desfazer debaixo dos meus pés e a terra se preparava para me tragar. Eu tentava gritar por socorro, mas minha voz ficava presa em minha boca, como quando a gente tenta falar de dentro de um copo de vidro. O oxigênio não conseguia entrar nem sair de meus pulmões... era apenas o desespero me consumindo. Eu me debatia com as lembranças de um belo rosto. Um rosto que eu conhecia bem, mas que parecia não mais me reconhecer como antes. Em meus pensamentos ecoava o um último pedido, sua voz tão suave me apelando em agonia: “Me perdoe!”, enquanto eu era finalmente consumido pela escuridão. Gemi outra vez, involuntariamente.

– Jake, você está sentindo dor em algum lugar?! – Bella perguntou, sua voz aflita interrompendo minha consumição insistente – Na cabeça, talvez?!

Notei que eu comprimia a têmpora com minha mão fechada em punho. Não, eu não estava sentindo dor. Pelo menos, não física... Porém dor emocional é, às vezes, muito mais intensa. Balancei a cabeça negativamente. Resolvi relaxar, percebendo a quantidade de pessoas que estavam ao meu redor, observando curiosas. Praticamente todos os convidados da festa estavam ali. Senti minhas bochechas corando.
Inspirei duas vezes, depois olhei para Carlisle, um aviso prévio de que já estava bem o suficiente para me sentar, pelo menos. Ele consentiu, logo em seguida me amparando enquanto eu me posicionava verticalmente no sofá. Recostei e esfreguei os olhos, que ainda protestavam por causa da luz. Jasper percebeu meu desconforto e tratou de pedir ao pessoal que voltassem para o jardim, indo junto com eles após isso. Alice, Emmett e Rosalie também seguiram a multidão. Carlisle ainda checou meus pulsos uma última vez, então começou a guardar seus utensílios médicos na maleta. Esme me trouxe um chá de alguma coisa horrorosa que eu engoli de uma vez só, seguindo seu conselho. Até dava pra pensar que ela tinha alguma experiência em situações daquele tipo... Mas eu confiei. Bella permanecia sentada no chão, praticamente aos meus pés, enquanto ansiava que eu esboçasse algum sinal satisfatório de melhora, e Edward estava próximo à janela, acompanhando o movimento no jardim com uma cara sombria. Quando, por fim, eu pronunciei alguma coisa, minha voz saiu tão mórbida que me fez parecer um zumbi:

– Quanto tempo eu fiquei apagado?!

– Uns 5 minutos... isso depois que Edward te encontrou caído e nos chamou – Carlisle me respondeu com aquela expressão de médico quando dá uma má notícia – Não sabemos há quanto tempo você já estava desacordado antes dele chegar...

– Você se lembra do que aconteceu?! – Esme me perguntou, enquanto sentava no braço do sofá, achegando-se ao esposo.

– Mais ou menos... – menti descaradamente, eu me lembrava de cada minucioso detalhe. Mas era óbvio que eu não iria dizer o que realmente havia acontecido, embora alguém ali já soubesse muito bem. “Por favor Edward, vá lá pra fora com os outros!” Eu supliquei com toda a força em meu pensamento. Ele se virou para mim, uma das sobrancelhas erguida, e se curvou sarcástico, se encaminhando à saída do cômodo em seguida. Ninguém pareceu entender nada, por sorte. Antes de sair, porém, ele se dirigiu a Bella:

– Meu bem, seria bom que você fosse dar uma olhada em Nessie lá no chalé! Eu acredito que ela esteja precisando da mãe.

“Obrigado, seu cretino!” eu fiz questão de formar esse último pensamento antes que ele saísse, o que o fez dar um sorrisinho malicioso de contentamento. Eu já estava me cansando daquela atitude dele. Era até compreensível que ele estivesse com raiva de mim... Mas ficar dando esses golpes baixos não fazia seu estilo. Bella olhou pra mim com a expressão confusa e, na seqüência, se levantou e foi atender ao pedido do marido, prometendo não se demorar muito por lá.

– Seria bom que você descansasse mais uns minutos, antes de ir lá pra fora! – Carlisle me deu o parecer final, então se levantou e foi colocar suas coisas de volta ao gabinete. Esme endossou o conselho, me lançando um olhar maternal em concordância com o marido, então o seguiu. Eu não tinha nenhuma intenção de voltar para lá, muito pelo contrário. A festa havia acabado para mim! Fiquei sozinho no imenso cômodo decorado. Fechei meus olhos e larguei a cabeça para trás, mergulhando outra vez na depressão.

As lembranças ainda custavam a fazer sentido. Repassava mentalmente cada detalhe do confronto emocional ocorrido à pouco... Não, eu não conseguia entender como eu pude ser tão cego a ponto de deixar as coisas chegarem àquele estágio. Tudo havia se tornado tão claro na hora, mas agora nada parecia se encaixar de uma maneira aceitável. As coisas que eu pensava serem fruto de um engenho descabido se confirmaram como sendo realidade. Quanto tempo mais eu conseguiria suportar aquele aperto no meu peito?! Quanto tempo mais eu agüentaria aquele afastamento?! O que será que teria acontecido se eu apenas tivesse retribuído o beijo, ao invés de tê-lo renunciado?! Qual seria o próximo passo?! Uma avalanche de indagações desmoronou em mim, sempre introduzidas pelo famoso “e se...”! Precisava dar um fim àquilo imediatamente.
Não havia mais nada que me prendesse ali, então decidi ir para casa. Desci pelas escadas internas que davam acesso à garagem, driblando o local onde todos se reuniam. Meu rabbit estava estacionado do outro lado da casa, pra minha sorte. Acho que Emmett o havia deslocado, para que o jardim principal ficasse livre. Dei graças a Deus por meu desligamento, que sempre me fazia esquecer a chave no painel do carro. Dessa vez acabou sendo muito conveniente! Não me incomodei em avisar a ninguém sobre minha partida, mas todos provavelmente se dariam conta de um jeito ou de outro, então... Apenas fiquei sentido por sair daquele jeito, sem me despedir, principalmente por que alguns dos vampiros iriam partir logo pela manhã e ninguém sabia quando nos encontraríamos assim outra vez. Billy e a pequena Claire estavam de carona com Sue, e Leah e os garotos iriam voltar para a reserva somente durante a manhã, após a típica ronda da madrugada.
Dei a partida no carro. O motor roncou alto demais, como de costume! Torci para que não chamasse a atenção de ninguém. Do outro lado eu podia escutar a música tecno que Emmett havia colocado agora pra tocar, num volume alto o suficiente para abafar qualquer outro som nas redondezas. A sorte estava mesmo do meu lado {se é que eu podia pensar assim, àquela altura dos acontecimentos...}.
Dirigi mecanicamente o tempo inteiro, sem sequer prestar atenção na estrada adiante dos meus olhos. Com o corpo ainda em pane, eu não conseguia me concentrar em nada por mais de três segundos... Os flashbacks do incidente no hall iam e vinham com ferocidade em minha cabeça. Apesar de serem tão nítidos, de vez em quando eu ainda ficava em dúvida se aquilo realmente havia acontecido. Foi tão... surreal. O imenso respeito que eu tinha por Renesmee era a única coisa que me impedia de me atirar de vez ao prazer das memórias. Essa atitude causou em mim um efeito torturante.
Começou a chover e o limpador de pára-brisas se acionou automaticamente. Olhei no relógio do painel: 00:07 am. A previsão do tempo foi fiel até o último instante. Mas aquela calmaria do dia foi somente o silêncio que precede a tempestade. Eu devia saber, meu coração estava tentando me avisar o tempo todo e eu não lhe dei crédito.
Quando me dei conta, já estava estacionado em frente de casa. Incrível como meu subconsciente parecia trabalhar em meu favor, enquanto que meu consciente tentava me destruir... Desliguei o motor e fiquei algum tempo dentro do carro, olhando os grossos pingos de chuva que se suicidavam no vidro. O céu parecia prantear em uma agonia avassaladora. Estremeci, imaginando que Nessie agora devia estar inconsolável, e eu era responsável por esse imenso sofrimento. Não podia fazer nada a respeito, além de me mortificar. Fui, lentamente, sendo invadido por uma raiva tão grande, que foi preciso que eu saísse do carro pra não destruí-lo por completo!
A chuva regou meu corpo febril e o choque térmico ouriçou meus pelos. Minha respiração saia em vapor no ar, em meio a rugidos que se formavam no interior da garganta. Uma energia do tamanho do universo começou a querer sair de dentro de mim. Comprimi as mãos contra o peito, tentando contê-la, mas foi em vão: Dei um urro tão violento que quase rasguei meus pulmões! Descarreguei todo o meu ódio, frustração e impotência em minhas cordas vocais, até que meu fôlego se esvaiu por completo. Minha alma queria se aliviar também, mas o choro que seria natural naquele momento não surgiu. Eu havia desaprendido a chorar. Meu corpo se recusava a ser fraco outra vez. Com efeito, minhas células entraram em colapso, seguindo cada uma um desígnio diferente do cérebro. “Quanto tempo mais?! Quanto tempo mais?!” eu repetia, em desespero...
Os trovões me despertaram da convulsão e eu corri pra entrar em casa. Estava tudo escuro do lado de dentro, mas eu só liguei a luz da sacada e tranquei a porta, me atirando no chão em seguida. Imagens de todas as pessoas que eu amava me repudiando pelo que aconteceu começaram a surgir em minha mente, cravando a estaca de vez em meu coração. Billy, Seth, Leah, Alice, Jasper, Carlisle, Esme, Emmett, Rosalie, Edward... Bella... Um a um seus rostos sombrios vieram me entregar sua condenação perpétua. Renesmee estava no centro, sendo envolvida em um círculo de proteção. Seu rosto não era como o deles... Era muito mais cruel. Era um olhar de rejeição o que ela me lançava. Minha cabeça ficou a ponto de explodir com o desespero.

– Nessie, por favor, não me odeie! Não me odeie porque eu te... – eu supliquei para as paredes, mas fui interrompido pelo farol do carro de Sue penetrando a sala.

Corri para o quarto. Não queria ter que dar explicações agora... Não tinha condições de pronunciar nada coerente. Tirei a blusa apressado e me atirei na cama, para fingir já estar dormindo. Meus cabelos encharcados inundaram o travesseiro, mas eu me forcei a ignorar isso. Esperei...
Passados alguns minutos, a porta se abriu atrás de mim, a luz do corredor delineando a sombra de duas pessoas na parede a minha frente. Billy e Rachel, claro, já que Paul estava a essas horas junto a Sam e os outros de sua matilha.

– Será que é grave, pai?! Não seria melhor acordá-lo pra irmos a uma emergência?!

– Não Rachel, o Dr. Cullen já o examinou. Antes de sairmos, ele me disse que estava tudo bem com Jake. Disse que era só exaustão... – Billy não parecia acreditar muito nisso, mas não havia outro jeito. Ele sabia como eu era cheio de reservas...

A porta se fechou. Eles continuaram falando, mas suas vozes ficaram inaudíveis, abafadas pelas paredes. Permaneci deitado, prevendo que um deles poderia entrar novamente. Devo ter esperado umas duas horas, sem nem ao menos conseguir pregar o olho de verdade.
Enfim, vi pela fresta da porta a luz da sala ser apagada. Sentei na cama, ainda sem um vestígio de sono, e recostei na parede gelada. A janela estava aberta e as milhões de estrelas se exibiam pra mim no céu, agora sem nuvens. Nem parecia que a pouco uma tempestade havia derramado todo o seu furor sobre Forks... A luz do luar banhava o meu rosto e uma brisa balançava meus cabelos, como que numa tentativa de me consolar do meu desespero. Era inútil... Eu não tinha salvação!
Estava claro que eu não sentiria sono esta noite, mesmo minha mente estando tão abatida pelo desgaste emocional. Talvez fosse melhor assim, já que ultimamente minhas noites não vinham sendo nem um pouco revigorantes. Seria um alívio, diante do acontecido, não ser bombardeado por tantos sonhos atormentadores... Ficaria bem acordado, evitando assim afundar mais ainda naquela lama degradante que já me cobria até o pescoço. Precisava colocar meus sentimentos em ordem de uma vez por todas, e nada melhor do que uma madrugada em claro para meditar em cada detalhe.
Era óbvio que meu relacionamento com Renesmee nunca mais seria o mesmo depois desse dia. Minha felicidade estava em cheque. Precisava saber classificar com clareza todos os enigmas por detrás dos fatos para conseguir viver em paz novamente. Entender como funcionava o imprinting, para ter noção sobre até que ponto eu seria a vítima e a partir de que ponto eu seria o vilão! Eu não aceitava a idéia de que minha única razão para me importar com Nessie era um impulso involuntário que se apossava do meu corpo quando ela se aproximava. Não, isso era banal, uma lenda, um mito. Imprinting nada mais foi para mim do que uma ferramenta de salvação, algo que funcionou como um despertador da minha alma, um sinal de alerta para a felicidade que me havia sido destinada, mas que eu não perceberia sem um estímulo apropriado. Uma vez que eu já a tivesse reconhecido, nada mais restava além de me entregar a ela de corpo e alma. O imprinting não seria mais necessário...
Será?! Será que meus sentimentos não eram nem nunca haviam sido genuínos? Será que tudo não passava de uma ilusão?! Seria possível que estivesse vivendo uma mentira e não houvesse meios de me libertar?! Eu não queria me libertar de meu afeto por ela, mas não suportava a idéia de que eu a amava apenas por causa de uma hipnose bizarra. Isso era cruel, injusto e a desmerecia totalmente. Queria crer que o simples fato de eu ter consciência disso já era uma comprovação mais do que suficiente do contrário! Eu a amava, porque sua existência era o complemento da minha. Eu a amava, por que sua voz costumava ser a canção que embalava meus sonhos. Eu a amava, por que seu sorriso dava sentido ao meu dia. Eu a amava, por que sua presença me enchia de contentamento. Eu a amava, por que seu olhar e atenção me faziam a pessoa mais feliz do mundo.
Sim. Eu a amava!
E agora já não restava nem mais uma dúvida sequer. Não mais como seu segundo pai, ou como seu irmão, ou como seu melhor amigo. Eu a amava como homem. Aquele beijo foi um divisor de águas... eu evolui de garoto para homem, ao mesmo tempo em que ela evoluiu de menina para mulher {muito embora sua idade sugerisse que ela ainda era muito jovem para ser adulta}. Mas ela nunca foi menos madura do que eu. Eu sempre fui mais dependente dela do que ela de mim. Minha vida orbitava ao seu redor, não como um satélite ao redor de um planeta {conveniência}, mas como um planeta ao redor do sol {necessidade}. Sim, eu a amava. A amaria eternamente.
Tudo agora estava nítido em minha cabeça, como um rio de águas cristalinas. O nevoeiro que havia se formado sobre mim se dissipou, abrindo caminho para que eu enxergasse um novo horizonte. Renesmee sempre me trouxe felicidade, mas agora ela era a própria felicidade para mim! E ela precisava saber disso!
Mas como?!
Eu não era tão presunçoso a ponto de esperar que ela fosse me corresponder logo de cara, nem poderia fazer dos meus sentimentos uma imposição. Iria agora começar a caminhar por um terreno totalmente desconhecido, sem um mapa ou sequer uma bússola para me apontar o norte. Ficaria a mercê do seu coração. Era um risco muito grande, mas eu precisava agir. O jeito seria mesmo esperar que o tempo fizesse sua parte, e que ela notasse a sutileza das minhas intenções, de uma maneira em que não houvesse mais mal entendidos.
Porém eu tinha que estar preparado para o pior, caso ele acontecesse. Precisava ter um plano “b”, se o “a” não funcionasse.
Não. Não havia um plano “b”. Ou era o “a”, ou nada feito... Game over pra mim! Ou eu seria feliz ao seu lado, ou não seria nada. Não sobreviveria a uma rejeição. A simples possibilidade disso acontecer já me deixava em pânico e me quase me fazia entrar em contradição, a ponto de pensar em desistir de vez de revelar meus sentimentos a ela. Mas eu não podia desistir! Não agora, quando uma amostra de interesse tão clara me havia sido dada. Seu beijo foi envolvente, mesmo que um tanto inseguro. Seu coração disparou, como o meu, quando nossos lábios se tocaram. Ainda era cedo para ter certeza, mas não havia como negar que eu estava em seus pensamentos. Ela despertou o amor em mim.

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