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Fanfic Solstício - Capitulo 3 (1ª parte)

quarta-feira, 14 de julho de 2010


Capitulo 3 - Os últimos preparativos


Amanheci com os raios solares fritando o meu rosto. Não era bem o tipo de clima que antecedia uma chuva torrencial, como estava previsto para todo aquele dia. Esfreguei os olhos e me sentei na cama, virando as costas contra a luminosidade. Examinei o ambiente e minha avaliação foi reconfortante: nada fora do comum, a não ser pela esperada desordem dos lençóis. A noite foi tranqüila dessa vez, embora o fluxo de sonhos tivesse sido quase tão intenso quanto na noite anterior. Mas, em essência, eles foram bastante agradáveis. Sonhei que Nessie e eu estávamos caçando na floresta, como costumávamos fazer. Eu sempre parecia estar na mesma posição, deitado na relva, enquanto ela se divertia indo e vindo de diferentes direções, com suas presas nas mãos. O destaque, porém, foi o modo como ela se apresentava pra mim no sonho. De início, era apenas um bebê de uns dois anos aproximadamente, e me trouxe um esquilo pequeno de presente, antes de desaparecer por entre os pequenos arbustos para caçar algo novo. Depois, ela reapareceu, mas agora com a aparência de uma criança de uns seis anos. Dessa vez, me entregou um coelho. Tornou a desaparecer, retornando um pouco depois, a aparência amadurecida novamente até uns onze anos, e me trouxe um filhote de servo. Em todas as vezes, ela parecia determinada a me mostrar o quanto suas habilidades melhoravam, esboçando uma expressão satisfeita com a minha aprovação.

Uma última vez ela se perdeu por entre as árvores. Quando ressurgiu, sua aparência já era a que ela tinha hoje, uma bela jovem de feições delicadas e olhar determinado. No entanto, sua atitude era tímida e ela caminhou até mim em um passo lento, parecendo me sondar antes de cada avanço. Suas mãos estavam para traz, escondendo algo com muita reserva. Ela parou a uma distância de uma pessoa e eu me pus de pé, estranhando sua atitude. Ela se aproximou, os olhos firmes prendendo os meus, e me entregou algo muito diferente das ofertas anteriores: Uma rosa branca. Eu recebi o presente e evidenciei minha surpresa. Ela sorriu e se esticou, seus lábios querendo alcançar meu ouvido. Ajudei, inclinando-me para baixo um pouco – meu corpo se arrepiando com a expectativa. Suas mãos gentis e trêmulas pousaram suavemente em meu rosto, então ela repetiu a mesma coisa que me disse, dois dias antes, quando fui levá-la de volta para casa: “Você é especial demais para mim!”.
Tive alguns outros sonhos com ela durante a madrugada, mas esse foi o que me chamou mais a atenção, pela sutiliza de seus detalhes. Pareciam querer me dizer algo, mas eu não era ainda capaz de entender com precisão. O “demais para mim” me incomodava. Era como se eu fosse alguém extraordinariamente especial e ela uma pessoa comum, e não o contrário... A rosa branca devia ser uma forma de me agradecer por sermos tão bons amigos...
Não, era algo mais intenso, significativo...
Vi que não chegaria a lugar nenhum por ora, então deixei de lado as suposições e tratei de me levantar. Espreguicei o corpo e fui até a sala.
Paul já estava acordado e, como de costume, afundado no sofá, sua concentração variando entre o pacote de Doritos e a tela da televisão. Quando me viu, abriu um sorriso cheio de pedaços de salgadinho entre os dentes. Que nojo, eu nunca iria me acostumar com aquilo. Na cozinha, o café estava posto somente para uma pessoa, mas ninguém além de nós dois parecia ter acordado ainda.

– Foi você quem preparou o café pra mim, Paul?! – questionei, a incredulidade tomando conta do meu semblante

– Claro que não Jake – ele quase se engasgou com minha pergunta – Foi a Rachel. Ela e seu pai foram até a cidade para fazer umas compras.

– E porque você não foi com eles?

– Por que quando eu acordei, eles já tinham ido... – ele deu de ombros e voltou a assistir seu desenho animado.

Eu voltei os olhos para o relógio. 11:30 am. Meu coração deu um salto.

– Ah, que droga! – berrei estrondosamente, sobressaltando-o juntamente com seu pacote de salgadinhos.

Fui correndo de volta ao quarto para colocar uma blusa. Peguei a primeira que vi, de flanela, cor azul bebê. Meus olhos percorreram o espelho. Passei as mãos nervosas pelo cabelo desgrenhado, numa tentativa inútil de colocá-los em ordem. No geral, eu sempre negligenciava com a minha aparência... mas fui tomado por um súbito impulso de me perfumar. “Mas que saco, isso não é hora de começar a ser vaidoso!” Desisti afoito, e me atirei janela afora em direção à oficina onde meu Rabbit estava estacionado. Se eu me transformasse em lobo e corresse até a mansão, chegaria duas vezes mais rápido do que se fosse dirigindo. Mas, por conseqüência, apareceria lá parecendo um fora-da-lei, todo bagunçado. Bem, pelo visto, meus instintos eram mais fortes do que minha razão naquela manhã, então resolvi confiar neles.
Dei a partida e o motor rangeu com violência. Ouvi Paul gritar de boca cheia pela janela, enquanto eu contornava a casa:

– Ei, aonde você vai?! O que eu digo para o Billy?!

– Diga que eu fui ao lugar de sempre, Paul. À casa dos Cullen! – gritei de volta, com a cabeça pra fora da janela, depois pisei fundo, cantando pneu até sumir de vista. Ele, é claro, estranhou minha saída com o carro àquela hora da manhã e com aquela pressa, logo após ele ter mencionado a ausência do meu pai e de Rachel. Ninguém iria esquecer nunca daquela história de eu virar um lobo solitário e errante por tanto tempo. Isso era em parte por que se preocupavam comigo... em parte, por que não confiavam em meu julgamento sobre as coisas. Eu seria sempre “o garoto inconseqüente”, por mais que meu gênio tivesse mudado tanto no decorrer desses sete anos...

A estrada ia ficando para trás enquanto eu dirigia concentrado, sem que nada ao redor me distraísse. Precisava cumprir minha promessa dessa vez. Não demorei mais do que 20 minutos para completar o trajeto. Fiz a curva para seguir pela estradazinha que levava à entrada da propriedade e dei duas buzinadas de leve, antes de estacionar. Nessie já estava encostada na imensa parede de vidro da sala e deu um aceno tímido quando eu olhei pra cima. Meus músculos travaram na hora e eu quase não fui capaz de retribuir o gesto. Dei um aceno de cabeça e segui em direção à porta, subindo as escadas desengonçado pelo nervosismo perverso. Edward me recepcionou, como sempre, antes que eu tivesse a oportunidade de bater. Ele ficou me avaliando de cabo a rabo, sem sequer se preocupar em me cumprimentar. Estava muito estranho e eu tive que tomar a iniciativa, antes que meu coração escalasse minha garganta e saltasse pela boca.

– Olá Edward!

Ele deu um suspiro desanimado e abriu caminho para mim. Passei por ele de cabeça baixa e, sem pressa nenhuma, me dirigi até a sala, me virando pra olhá-lo antes de atravessar completamente o hall. Ele observava meu carro do lado de fora, com um ar indecifrável.
Quando surgi na sala, todos estavam presentes, espalhados pelo imenso cômodo. Tudo que dizia respeito à decoração estava diferente de como eu me lembrava. Uma ornamentação simples, mas de muito bom gosto, preenchia as paredes e o teto. O piano no canto estava recheado de porta retratos com fotos de todos, em especial de Renesmee. Balões brancos e cor-de-rosa presos por fitas vermelhas estavam espalhados por todos os lados, e alguns ursinhos de pelúcia foram estrategicamente deixados em vários pontos da casa, como que recepcionando quem quer que chegasse... E isso era somente o que meus olhos nervosos me permitiam identificar. Tudo estava bastante harmonioso e aconchegante. Pude, enfim, sentir um alívio por ter tomado uma atitude de protesto contra o plano original da festa, mesmo tendo terminado com aquele meu papelão. Ao me verem, cada um manifestou uma reação particular à minha presença. Os rapazes me cumprimentaram cordialmente, cada um executando alguma tarefa relacionada à decoração. Bella, que estava junto às garotas cortando alguns enfeites, me lançou um sorriso radiante de satisfação. Rosalie, por sua vez, torceu a boca e voltou a amarrar as fitas nas cestinhas que seriam entregues, como lembrança, aos convidados. Esme também sorriu para mim, com sua áurea maternal inabalável. Alice imediatamente parou de desenhar os corações dos enfeites e atravessou discretamente a sala, até se aproximar de onde eu estava. Seu olhar era de resignação.

– É lobo, parece que no fim das contas, você venceu não é mesmo?! – falou secamente. Eu olhei para ela com uma profunda contrição.

– Me perdoe, Alice!

Sua expressão irônica se tornou surpresa e ela pareceu admirada ao me ver tão sinceramente humilhado. Se desarmou completamente de sua arrogância infantil e sorriu para mim com gentileza.

– Pedido de desculpas aceito! – disse serena, então voltou ao seu lugar, não deixando de transparecer seu choque por não ter esperado por aquela minha reação. Ela sempre se frustrava com isso... eu era um de seus enigmas privados.

Edward me ultrapassou e foi sentar-se junto a Bella, onde provavelmente devia estar antes de eu chegar. Renesmee permanecia próxima à janela, me observando indecisa. Em outros tempos, ela teria vindo e se atirado em mim para me cobrir de cócegas e me mostrar suas emoções do momento. Mas agora, ela estava fria e eu não tinha muita certeza sobre como agir também. E mais, ainda me sentia sujo por tê-la desvirtuado daquele jeito em meu sonho. Olhei para Edward, prevendo que ele já tivesse tomado conhecimento das minhas lembranças sórdidas, mas ele pareceu estar bastante concentrado nas sugestões que as garotas davam umas as outras enquanto trabalhavam. Vi que, novamente, eu seria aquele que teria de quebrar o gelo...
Iniciei meu trajeto até onde Nessie estava. Ela permaneceu imóvel enquanto eu me aproximava. Parei diante dela, então meus sinais vitais, incrivelmente, se estabilizaram. Nossa proximidade pareceu, de algum outro modo, afetá-la também.

– Bom dia, meu anjo! – minha voz saiu tão suave como se nem fosse eu mesmo falando. Ela então me deu seu melhor sorriso.

– Bom dia, Jake! – sua voz, apesar de doce, estava vacilante.

Não pude conter o impulso de acariciar seu rosto. Era como se nossos corpos estivessem agora em atração física. Ao tocá-la, senti como se uma leve corrente elétrica percorresse minha pele. A sensação era maravilhosa. Ela fechou os olhos em reação ao meu gesto e suas mãozinhas pousaram com ternura sobre as minhas. Beijei sua testa longamente e ela soltou o ar, como se o estivesse prendendo até ali. Fechei meus braços ao seu redor, como quem protege um tesouro do mundo inteiro. Uma atmosfera diferente nos envolveu, embalando aquele momento igual a uma canção de ninar. Um longo minuto se passou, antes que sentisse seu corpo empurrando o meu, de leve. Ela pareceu relutante, mas se afastou de mim por completo, virando-se de costas... escondendo as emoções. Não estava acostumado com aquele silêncio, que parecia construir um abismo entre mim e seus pensamentos. Me coloquei do lado dela para olhar na mesma direção. Vi que ela observava as nuvens escuras se formando ao longe... Uma tempestade estava a caminho.

– Eu senti muito a sua falta, seu mentiroso! – ela falou sem tirar os olhos do horizonte. Eu dei um risinho, notando sua sinceridade.

– Me perdoe, Nessie! Foi um erro gravíssimo, eu sei... Como eu posso te recompensar por tamanha falta de consideração?!

Sua resposta veio finalmente, após vários segundos de indecisão:

– Já está se redimindo agora! – meu coração voltou a se acelerar quando ela me lançou outro sorriso encantador. Eu enrolei um cacho de seus cabelos em meu dedo e isso a fez corar.

Nesse momento, Carlisle se aproximou de nós. Ele também veio observar a prevista mudança de tempo que se seguiria. Nessie se afastou para lhe abrir espaço, se livrando do meu carinho com astúcia, eu percebi. O vampiro não pareceu notar nada.


Continua...                     

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