Capitulo 3 - O encontro
A cidade era minúscula e cada vez a hipótese de residir aqui se firmava em mim, minhas buscas pelos rostos que vez ou outra pairava na minha cabeça seria longa, e seria bom ter um lugar para voltar. Em pouco tempo o perfume exalado de cada pessoa que passava ficou insuportável, e fugi o mais rápido que era possível diante de tantos olhos humanos. Em meio a minha fuga fui parada por uma senhora já idosa, pedindo o meu auxílio para chegar a sua casa, o mostro em mim se alegrou e me cegou com a possibilidade de sentir o doce sangue saciando a sede que pareceu me esmagar nesse momento. Sem poder evitar a conduzi até sua casa e mesmo sendo na cidade ela morava sozinha e não teria tempo de fazer barulho algum. Algo bom que ainda restava dentro de mim lutou contra o monstro e perdeu ridiculamente, então novamente eu senti aquele mesmo gosto de necta em meus lábios e senti o veneno em minha boca e como da outra vez o mesmo mostro regozijou e em pouco tempo não havia nem mesmo uma gota de sangue em seu corpo. Ao me dar conta do que eu havia feito, vieram alem da compreensão o horror, o medo e o nojo por mim e pela coisa que me havia me transformado e soube que eu nunca seria forte para resistir se ficasse tanto tempo entre humanos.
As prioridades mudavam constantemente de ordem dentro de mim, compreender tudo que havia descoberto; aprender a ser uma pessoa aceitável aos meus olhos, matando esse monstro que rugia dentro de mim; achar esses rostos que me pareciam tão importante, que se sobrepunham a escuridão de minha consciência perdida e também achar esse ser horrendo que me fez virar isso que sou hoje.
Ao perambular inconscientemente pelas florestas aos arredores da cidade, pois era mais seguro para os seres indefesos que há habitavam senti outro cheiro que não reconheci, era doce, muito doce e feriu minhas narinas de uma forma diferente da sede, senti o meu corpo agindo sozinho novamente e em um quarto de um segundo me vi agachada esperando por algo que não sabia o que era.Por entre duas arvores grande vi adentrar três lobos enormes e não deixei de perceber a beleza que eles possuíam os seus pelos eram de cores diferentes, um era totalmente preto, o outro marrom avermelhado, e o outro cinza. No olhar de todos vi uma compreensão imprópria, pois eram apenas animais selvagens, eles rosnavam e uivavam e seus narizes pareciam também estar torcidos como se sentissem um cheiro insuportável vindo de mim. Concentrei-me em qual iria matar primeiro o preto era o mais próximo mais o avermelhado parecia mais forte e então surgiu mais um lobo e meus olhos se prenderam ao do novo animal presente, ele era incrivelmente lindo, o pelo de um tom de areia e o jeito desengonçado de se locomover me fascinaram e não percebi quando sai da minha posição de ataque e a próxima coisa que notei foi o lobo cinza se lançar em minha direção e me surpreendo quando o de cor areia se postou entre nós rosnando e os demais pararam automaticamente, eu sabia que devia tomar proveito da situação para matá-los ou fugir, mais não consegui tirar meus olhos dos enormes olhos pretos que voltaram a me fitar como se só existíssemos nós no universo. Eles se olharam como se conversassem entre eles e os quatro se afastaram, eu queria impedi-lo de ir, queria dizer algo, mais era um absurdo eu começar a falar com animais.
Fiquei por um curto tempo decepcionada por vê-lo ir embora, não entendia o que se passava comigo e então ouvi passos leves vindo do fundo da floresta e voltei meu olhar para onde os lobos haviam entrado há minutos atrás e vi quatro humanos apareceram, três homens e uma mulher, todos morenos, lindos e eu não sentia desejo por seu sangue, assim como os lobos o seu cheiro me incomodava. Percebi o incomodo em seus rostos, todos sérios e me detive no rosto mais lindo que me lembro de ter visto em minha vida, e seus olhos me fazia sentir algo novo. O vi dar um passo em minha direção e a garota segurar sua mão e mesmo no meu corpo frio, senti subi um calor e prendi na minha garganta o rosnado, não conseguindo evitar a careta que minha boca fez. O que estava na frente deu mais um passo e falou.
- Quem é você e o que quer aqui? Com sacrifício libertei meu olhar e tombei minha cabeça para o olhar, não tinha intenção de respondê-lo. Ele deu um passo pra frente e repetiu.
- Eu estou perguntando quem é você. Ele estava visivelmente se irritando e eu sabia que se quisesse os mataria rapidamente, o monstro dentro de mim começou a se alegrar. Mas nem cogitei a idéia. Então ouvi sua voz doce e rouca e senti uma paz em mim, que desde quando despertei a mais de dois atrás não sentia.
- Qual o seu nome? Ele perguntou, eu mi vi envolvida no mel de sua voz, dei um passo involuntário pra frente e vi a garota rosnar para mim, cada vez me irritava mais com ela.
- Angel. Disse sem perceber, o sorriso no rosto do garoto aumento e eu parecia queimar por dentro, como poderia estar assim tão envolvida em tão pouco tempo, e por alguém que nitidamente não seria pra mim. E então o outro até então calado deu um passo em minha direção e disse.
- Não se preocupe, não faremos nada com você. Ele olhou para os lados, como para garantir que todos haviam entendido o que ele havia dito.
- Meu nome é Jake, esses são Sam, Leah e Seth. Tudo nele me encantava, como se ele fosse feito para mim.
- Venha, vamos à casa da família de minha esposa, daremos um jeito em tudo. E por mais que não entendesse não me sentia mais em perigo.
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